Todas as frases de Marcel Proust
“Apenas amamos aquilo que não possuímos por completo.”
“Para tornar a realidade suportável, todos temos de cultivar em nós certas pequenas loucuras.”
“Os dias talvez sejam iguais para um relógio, mas não para um homem.”
“Uma vez descoberto, o ciúme passa a ser considerado por aquele que é objeto dele como uma desconfiança que autoriza a enganar.”
“Nosso coração tem a idade daqueles que ama.”
“O desejo nos força a amar o que nos fará sofrer.”
“Os paraísos perdidos estão somente em nós mesmos.”
“O ciúmes não é corretamente mais que uma tirania aplicada aos assuntos do amor.”
“Só se é amado quando não é totalmente possessivo.”
“Nossa personalidade é uma invenção dos outros.”
“A sabedoria não nos é dada. É preciso descobri-la por nós mesmos, depois de uma viagem que ninguém nos pode poupar ou fazer por nós.”
“O desejo floresce, a posse faz murchar todas as coisas.”
“Em seu olhar, um sorriso no qual, contrariamente ao que se lê no rosto de muitos humanos, não havia ironia senão para consigo mesma, e, para nós todos, como que um beijo de seus olhos, que não podiam ver aqueles a quem queria sem os acariciar apaixonadamente com o olhar.”
“A verdadeira viagem se faz na memória.”
“Às vezes estamos muitos dispostos a crer que o presente é o único estado possível das coisas.”
“O fim da dor nos faz duvidar que tenhamos realmente amado.”
“A gente constrói a vida para uma pessoa e, quando enfim podemos recebê-la em nossa vida, essa pessoa não vem, depois morre para nós e acabamos vivendo prisioneiros na morada que só a ela se destinava.”
“O artista que troca uma hora de trabalho por uma hora de conversa com um amigo, sabe que está a sacrificar uma realidade por algo que não existe.”
“Os homens podem ter várias espécies de prazer. O verdadeiro é aquele pelo qual eles deixam outro.”
“Uma verdade claramente compreendida não pode ser escrita com sinceridade.”
“Há uma coisa ainda mais difícil do que seguir um regime; é não o impor aos outros.”
“O amor causa verdadeiros levantamentos geológicos do pensamento.”
“O que censuro aos jornais é fazer-nos prestar atenção todos os dias a coisas insignificantes, ao passo que nós lemos três ou quatro vezes na vida os livros em que há coisas essenciais.”
“Acreditar na medicina seria a suprema loucura se não acreditar nela não fosse uma maior ainda, pois desse acumular de erros, com o tempo, resultaram algumas verdades.”
“A felicidade é salutar para os corpos, mas é o desgosto que desenvolve as forças do espírito.”
“Uma obra em que há teorias é como um objecto no qual se deixa a etiqueta do preço.”
“Devemos agradecer às pessoas que nos fazem felizes... São elas os jardineiros encantadores que fazem nossas almas florescerem.”
“E chorei de alegria e confiança sobre as páginas do escritor como nos braços de um pai reencontrado.”
“Dizem-se hoje as pessoas de bom gosto que Renoir é um grande pintor do século XIX. Mas ao dizer isso esquecem o Tempo e que foi preciso muito, mesmo em pleno século XIX, para que Renoir fosse considerado grande artista.”
“Logo de manhã, com a cabeça ainda voltada para a parede, e antes de ver, acima das grandes cortinas da janela, que matiz tinha a raia de luz, já eu sabia como estava o tempo.”
“Como a inatividade completa acaba produzindo os mesmos efeitos que um trabalho exagerado, tanto no domínio moral como na vida do corpo e dos músculos, a constante nulidade intelectual que habitava atrás da fronte sonhadora de Octave acabara por lhe produzir, apesar do seu ar calmo, inócuos pruridos de pensamento que o impediam de dormir à noite,...” (continue)(continue lendo)
“O amor é uma doença inevitável, dolorosa e fortuita.”
“Tudo o que foi prazer torna-se um fardo quando não mais o desejamos.”
“Cada qual considera claras as idéias que estão no mesmo grau de confusão que as suas.”
“As terras que desejamos ocupam a cada momento muito mais espaço em nossa vida verdadeira do que a terra onde efetivamente nos achamos.”
“Talvez a imobilidade das coisas ao nosso redor lhes seja imposta pela nossa certeza de que tais coisas são elas mesmas e não outras, pela imobilidade de nosso pensamento em relação a elas.”
“Com os prazeres, dá-se o mesmo que com as fotografias. O que apanhamos na presença da criatura amada não passa de um negativo; revelamo-lo mais tarde, uma vez em casa, quando encontramos à nossa disposição essa câmara escura interior cuja entrada é proibida enquanto há gente à vista.”
“Existe certa semelhança, embora vá evoluindo, entre as mulheres que sucessivamente amamos, semelhança que provém da fixidez de nosso temperamento, pois este é que as escolhe, eliminando todas as que não nos seriam ao mesmo tempo opostas e complementares, isto é, próprias para satisfazer os nossos sentidos e fazer sofrer o nosso coração. São,...” (continue)(continue lendo)
“O ciúme é muitas vezes uma inquieta necessidade de tirania aplicada às coisas do amor.”
“Para quem ama, não será a ausência a mais certa, a mais eficaz, a mais intensa, a mais indestrutível, a mais fiel das presenças?”
“A pessoa amada é sucessivamente o mal e o remédio, que suspende ou agrava o mal.”
“Só nos curamos de um sofrimento depois de o haver suportado até ao fim.”
“Em certa idade, quer pela astúcia quer por amor próprio, as coisas que mais desejamos são as que fingimos não desejar.”
“Menosprezamos facilmente um objetivo que não conseguimos alcançar ou que alcançamos definitivamente.”
“A constância dum hábito está em relação com o seu absurdo.”
“E Swann sentia bem próximo ao coração aquele Maomé ali, de quem admirava o retrato feito por Bellini e que, tendo sentido que se apaixonara loucamente por uma de suas mulheres, apunhalou-a a fim de, segundo confessa ingenuamente seu biógrafo veneziano, reencontrar sua liberdade de espírito.”
“Ser grande dama é representar de grande dama, o que quer dizer, representar simplicidade. É um papel que sai extremamente caro, tanto mais, que a simplicidade só encanta sob a condição de que os outros saiba que poderíamos não ser simples, isto é, que somos riquíssimos.”
“O tempo passa e um pouco de tudo aquilo que nós chamávamos de falsidade se transforma em verdade.”
“Tem-se por inocente desejar e atroz que o outro deseje.”
“Eu a olhava, primeiro com o olhar que é apenas o porta-voz dos olhos, mal à janela do qual se debruçam todos os sentidos, ansiosos e petrificados, o olhar que desejaria tocar, capturar, levar consigo o corpo que está olhando e com ele a alma.”
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