Frase de Carl Gustav Jung Frases de Carl Gustav Jung
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13/12/2015 às 17:10
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No dia 19/08/2016 às 15:06 comentou:
Jung relata um sonho: “Eu estava numa casa desconhecida, de dois andares. Era a ‘minha’ casa. Estava no segundo andar onde havia uma espécie de sala de estar, com belos móveis de estilo rococó. As paredes eram ornadas de quadros valiosos. Surpreso de que essa casa fosse minha, pensava: ‘Nada mau!’ De repente, lembrei-me de que ainda não sabia qual era o aspecto do andar inferior. Desci a escada e cheguei ao andar térreo. Ali, tudo era mais antigo. Essa parte da casa datava do século XV ou XVI. A instalação era medieval e o ladrilho vermelho. Tudo estava mergulhado na penumbra. Eu passeava pelos quartos, dizendo: ‘Quero explorar a casa inteira!’ Cheguei diante de uma porta pesada e a abri. Deparei com uma escada de pedra que conduzia à adega. Descendo-a, cheguei a uma sala muito antiga, cujo teto era uma abóbada. Examinando as paredes descobri que entre as pedras comuns de que eram feitas, havia camadas de tijolos e pedaços de tijolo na argamassa. Reconheci que essas datavam da época romana. Meu interesse chegara ao máximo. Examinei também o piso recoberto de Lages. Numa delas, descobri uma argola. Puxei-a. A laje deslocou-se e sob ela vi outra escada de degraus estreitos de pedra, que desci, chegando enfim a uma gruta baixa e rochosa. Na poeira espessa que recobria o solo havia ossadas, restos de vasos e vestígios de uma civilização primitiva. Descobri dois crânios humanos, provavelmente muito velhos, já meio desintegrados. – Depois acordei. Era claro que a casa representava uma espécie de imagem da psique, isto é, da minha situação consciente de então, com complementos ainda inconscientes. A consciência era caracterizada pela sala de estar e parecia habitável, apesar do estilo antiquado. No andar térreo já começava o inconsciente. Quanto mais eu descia em profundidade, mais as coisas se tornavam estranhas e obscuras. Na gruta, descobri restos de uma civilização primitiva, isto é, o mundo do homem primitivo em mim; esse mundo não podia ser atingido ou iluminado pela consciência. "A alma primitiva do homem confina com a vida da alma animal, da mesma forma que as grutas dos tempos primitivos foram frequentemente habitadas por animais, antes que os homens se apoderassem delas." Por causa desse sonho pensei, pela primeira vez, na existência de um a-priori coletivo da psique pessoal, a-priori que considerei primeiramente como sendo os vestígios funcionais anteriores. Só mais tarde, quando minhas experiências se multiplicaram e meu saber se consolidou, reconheci que esses modos funcionais eram formas do instinto: os arquétipos”. (Compilação e Prefácio de Aniela Jaffé – Jung, Memórias-Sonhos-Reflexões, p.143-145).
No dia 18/08/2016 às 22:52 comentou:
Assim é o mundo do homem primitivo dentro de nós mesmos, um mundo que dificilmente pode ser alcançado ou iluminada pela consciência. Esta afirmação nos faz lembrar do conceito do inconsciente coletivo, brilhantemente intuído por Carl Jung. Um "compartimento" comum a todos os seres humanos, onde o espaço/tempo é relativo, e que era chamado na antiguidade de "simpatia de todas as coisas". Do inconsciente coletivo pegamos "emprestados" nossas máscaras (personas), que compõem nossa personalidade. De lá também vêm os arquétipos, instintos que parecem "dirigir" a história da raça humana em maior ou menor intensidade, através dos mitos. Esta foi a primeira suspeita de Carl Jung de um a priori coletivo sob a psique humana.
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