Todas as frases de Italo Calvino
“Esta história que comecei a escrever é ainda mais difícil do que havia pensado. Acontece que me cabe representar a maior loucura dos mortais, a paixão amorosa, da qual o voto, o claustro e o pudor natural até aqui me protegeram. Não digo que não tenha ouvido falar disso: pelo contrário, no mosteiro, para manter-nos afastadas das tentações, às...” (continue)(continue lendo)
- Do livro: Palomar
“Cada um é feito daquilo que viveu, e isso ninguém lhe pode arrancar.”
“Assim, desde sempre, o jovem corre para a mulher: mas é bem o amor que ela lhe inspira? Ou não é antes o amor por ele próprio, a busca de uma certeza de existir que só a mulher lhe pode dar? Corre e enamora-se o jovem, duvidando de si mesmo, feliz e desesperado; para ele a mulher é esta presença incontestável, e só ela pode dar-lhe a prova...” (continue)(continue lendo)
“Começa-se a escrever com todo o ânimo, mas chega a uma altura em que a pena não risca mais que uma gota poeirenta e não escorre nem uma de vida. E a vida está toda lá fora, para além da janela, longe de ti, e parece que nunca mais poderás refugiar-te na página que escreveste, abrir um outro mundo e lançar-te nele. Talvez seja melhor assim;...” (continue)(continue lendo)
“Talvez não se possa chamá-lo de doido: é só alguém que existe mas não tem consciência disso.”
“A arte de escrever histórias consiste em saber extrair daquele nada que se entendeu da vida todo o resto; mas, concluída a página, retoma-se a vida, e nos damos conta de que aquilo que sabíamos é realmente nada.”
“Aqui temos um súdito que existe mas não tem consciência disso e aquele meu paladino que tem consciência de existir mas de fato não existe.”
- Do livro: Palomar
“Antes de nos metermos a observar os outros, devíamos nos conhecer melhor. O conhecimento do próximo tem isto de especial: passa necessariamente através do conhecimento de nós mesmos.”
- Do livro: Palomar
“Não interpretar é impossível, como é impossível abster-se de pensar.”
- Do livro: Palomar
“Na verdade, mesmo o silêncio pode ser considerado um discurso, enquanto refutação ao uso que os outros fazem da palavra.”
- Do livro: Palomar
“Mas como é possível observar alguma coisa deixando à parte o eu? De quem são os olhos que olham?”
- Do livro: Palomar
“O que temos em comum será justo aquilo que é dado a cada um como exclusivamente seu?”
- Do livro: Palomar
“Seria isso a natureza? Mas nada do que ele vê existe na natureza: o sol não se põe, o mar não tem aquela cor, as formas não são a que a luz projeta na retina.”
- Do livro: Palomar
“Mas não será talvez aquilo a que chamamos eros um programa de nossas máquinas corpóreas, mais complexo porque a memória recolhe as mensagens de todas as células cutâneas, de todas as moléculas dos nossos tecidos e as multiplica combinando-as com os impulsos transmitidos pela vista e aqueles suscitados pela imaginação? A diferença está apenas no...” (continue)(continue lendo)
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