Todas as frases de Javier Marìas
“As coisas difíceis parecem possíveis quando você pensa um pouco nelas, mas se tornam impossíveis se você pensa demais.”
“É outro inconveniente de sofrer uma desgraça: para quem a sofre, os efeitos duram muito mais do que dura a paciência dos que se mostram dispostos a escutá-lo e acompanhá-lo, a incondicionalidade nunca é muito longa se tingida de monotonia. E assim, mais dia menos dia, a pessoa triste fica sozinha quando ainda não terminou seu luto ou já não lhe...” (continue)(continue lendo)
“A posteridade conta sempre com a vantagem de desfrutar da obra dos escritores sem o incómodo de os aturar.”
“Convém distinguir entre os dois [amor e enamoramento] embora se confundam não são a mesma coisa... O que é muito estranho é sentir um fraco, uma verdadeira fraqueza por alguém, e que no-la produza, que nos torne fracos. É isso o determinante, que nos impeça de ser objetivos e nos desarme para sempre e que faça que nos rendamos.”
“Calar e falar são formas de intervir no futuro.”
“A vida inteira parece de mentira quando se é jovem. O que acontece com os outros, as desgraças, as calamidades, os crimes, tudo isso nos é alheio, como se não existisse.”
“Pode ser que tudo espere sua repetição, mas nada retorna do mesmo modo como teria acontecido e não aconteceu.”
“As pessoas mentem da mesma maneira que morrem.”
“Muitas vezes o mundo inteiro se move apenas para deixar de ocupar seu lugar e usurpar o de outro, só por isso, para se esquecer de si mesmo e enterrar o que foi, todos nós nos cansamos indizivelmente de ser o que somos e o que fomos.”
“São todas admissíveis, as fantasias. Não o são os fatos, para os quais não há emenda nem volta atrás, apenas ocultação. Para as palavras ouvidas, nem mesmo isso, mas no máximo esquecimento, com muita sorte.”
“Quase todo mundo se envergonha de sua juventude, não é muito certo que tenha saudade dela, como se diz, ao contrário, relega-a ao esquecimento ou renega-a, e com facilidade ou esforço confina sua origem à esfera dos pesadelos, ou dos romances, ou do que não existiu. Oculta-se a juventude, a juventude é secreta para os que já não nos conheceram...” (continue)(continue lendo)
“Escutar é o mais perigoso, é saber, é ser inteirado e estar a par, os ouvidos não têm pálpebras que se possam fechar instintivamente ao que é dito, não se podem resguardar do que se pressente que se vai escutar, sempre é tarde demais.”
“Às vezes tenho a sensação de que o que ocorre é idêntico ao que não ocorre, o que descartamos ou deixamos passar idêntico ao que pegamos e agarramos, o que experimentamos idêntico ao que não provamos, e no entanto vai-nos a vida e vai-se-nos a vida em escolher, rejeitar e selecionar, em traçar uma linha que separe essas coisas que são idênticas...” (continue)(continue lendo)
“Pensar no futuro é um dos maiores prazeres concebíveis para qualquer pessoa, se não a salvação diária de todos: pensar vagamente, errar com o pensamento posto no que há-de vir ou pode vir, perguntar-se sem demasiada concretização nem interesse pelo que será de nós amanhã mesmo ou dentro de cinco anos, pelo que não prevemos. [...] o futuro...” (continue)(continue lendo)
“Não podemos pretender ser os primeiros, ou os preferidos, somos apenas quem está disponível, os restos, as sobras, os sobreviventes, o que vai ficando, os saldos, e é com esse pouco nobre que se erigem os maiores amores e se fundam as melhores famílias, disso provimos todos, produto da casualidade e do conformismo, dos descartes e das timidezes...” (continue)(continue lendo)
“São muitos os que creem ver a mão do destino no que não é mais do que uma rifa de vilarejo quando o verão já agoniza.”
“Alguém está agora vivo e depois está morto, e no meio nada, como se se passasse sem transição nem motivo de um estado para outro.”
“Acreditamos poder contar as nossas vidas de maneira mais ou menos razoável e cabal e, quando começamos, damo-nos conta de que estão povoadas de zonas de sombra.”
“A literatura não pode explicar o mistério, mas conta-no-lo.”
“Já há um século que se deixou de educar as crianças para que se tornem adultos. Pelo contrário, os adultos da nossa época são educados para continuarem a ser crianças.”
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