Todas as frases de Paul Auster
“Uma coisa é um homem, por engano, dirigir seu carro para a casa antiga, mas é algo bem diferente, eu creio, ele não reparar que as coisas mudaram dentro da casa. Mesmo a mente mais cansada ou distraída preserva um reduto de reações puras, animais, e consegue transmitir ao corpo a sensação do local onde está. Seria preciso estar quase...” (continue)(continue lendo)
“O mundo é guiado pelo acaso. A contingência nos persegue todos os dias de nossas vidas, e essas vidas podem ser tiradas de nós a qualquer momento.”
“Corpos contam, claro - contam mais do que estamos dispostos a admitir - mas não nos apaixonamos por corpos, nos apaixonamos um pelo outro, e mesmo que muita coisa se limite a carne e ossos, há também coisas que não. Todos sabemos disso, mas no minuto em que vamos além de um catálogo de características e aparências superficiais, as palavras...” (continue)(continue lendo)
“Quando tinha cerca de quinze anos, li «Crime e Castigo». Creio que tive então, pela primeira vez, a sensação do que era um romance ou do que podia chegar a ser, e nunca tive dúvidas de que essa foi a experiência que me determinou a ser o que sou.”
“Os livros têm os mesmos inimigos que o homem: o fogo, a umidade, os bichos, o tempo e o próprio conteúdo.”
“Num dia, há vida. Um homem, por exemplo, em perfeita saúde, nem sequer é velho, sem nenhum histórico de doenças. Tudo é como era, e sempre será. Ele segue de um dia para o outro, cuidando das suas coisas, sonhando apenas com a vida que se estende à sua frente. E então, de repente, acontece que há morte. Um homem solta um pequeno suspiro, tomba...” (continue)(continue lendo)
“A vida se transforma em morte e é como se essa morte tivesse possuído essa vida o tempo todo. Morte sem aviso. Em outras palavras: a vida pára. E pode parar a qualquer momento.”
“O mundo ricocheteava nele, se espatifava de encontro a ele, às vezes aderia a ele - mas nunca entrava.”
“Nada senão fotos. Porque, a certa altura, as palavras levam à conclusão de que não é mais possível falar. Porque essas fotos são indizíveis.”
“Ser artista é fracassar, como ninguém mais ousa fracassar, o fracasso é o seu mundo.”
“Quem pode julgar a paixão de outro homem?”
“Os governos sempre precisam de inimigos quando não estão em guerra. Se você não tem um inimigo real, inventa um e espalha a notícia. Isso apavora a população, e quando as pessoas estão apavoradas, tendem a não sair da linha.”
“A mesa de um escritor é um local sagrado, o santuário mais privado do mundo.”
“Diz-se que é preciso viajar para ver o mundo. Por vezes, penso que, se estiveres quieto num único sítio e com os olhos bem abertos, verás tudo o que podes controlar.”
“Impressiona-me a uniformização do mundo ocidental. Há vinte anos, podia determinar-se imediatamente a nacionalidade de uma pessoa pela sua indumentária. Hoje já não.”
“Escrever não é agradável. É um trabalho duro e sofre-se muito. Por momentos, sentimo-nos incapazes: a sensação de fracasso é enorme e isso significa que não há sentimento de satisfação ou de triunfo. Porém, o problema é pior se não escrever: sinto-me perdido. Se não escrever, sinto que a minha vida carece de sentido.”
“A literatura é essencialmente solidão. Escreve-se em solidão, lê-se em solidão e, apesar de tudo, o acto de leitura permite uma comunicação entre dois seres humanos.”
“É apaixonante ver como o trabalho realizado em solidão se transforma numa experiência partilhada com muitíssimas pessoas que convergem num mesmo ponto.”
“Escrever um romance é como correr uma maratona. É preciso ser metódico. Deixas de o fazer um único dia e perdes logo o ritmo; perde-se muito tempo depois, tentando restabelecê-lo.”
“Eu creio que escrever é o que nos mantém jovens. Qualquer arte mantém as pessoas como novas, porque nunca se reformam.”
“Por vezes, vejo pessoas como eu, da minha idade, que passaram os últimos vinte e cinco anos a trabalhar numa corporação americana. E parecem dez ou quinze anos mais velhas.”
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